Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __Vara Cível da
Comarca deespecificar
(espaço de 10 linhas)
Nome completo do Requerente, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do CPF nº e RG nº, residente e domiciliado na endereço completo, através de seu
advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
propor AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATOS
BANCÁRIOS DE CARTÃO DE CRÉDITO E CONTRATOS DE ABERTURA DE CRÉDITO EM
CONTA-CORRENTE, em face do Banco especificar, Instituição
Financeira de Direito Privado, inscrito no CNPJ sob o nº, e IE nº, agência nº, com sede na endereço completo, pelos
seguintes fundamentos de fato e de direito:
Dos Fatos
O Requerente efetuou um empréstimo junto à Instituição
Financeira em questão. Contudo, durante a vigência do contrato, os encargos
foram ficando excessivamente onerosos, acarretando um desequilíbrio entre a
prestação e sua renda mensal.
Os descontos efetuados pela Instituição Bancária, com o passar
do tempo, foram comprometendo quase todo o salário do Requerente, que já não
consegue mais honrar com todas as despesas básicas para sua sobrevivência por
essa razão, conforme demonstrativo em anexo (doc. nº).
Várias foram as tentativas de acordo com o Banco, que apresentou
como solução a assunção de mais empréstimos. Inclusive, o Requerente solicitou
as cópias dos contratos pactuados, mas até o presente momento não obteve êxito.
Sendo assim, sequer tem conhecimento sobre o valor total devido à Instituição
Bancária, uma vez que não detém os referidos documentos, tampouco tem recebido
do banco qualquer demonstrativo do débito existente e consequente amortização.
Assim sendo, o Requerente, por não ter condição de sustentar sua
família, pediu o cancelamento dos descontos em folha de pagamento relativos aos
empréstimos do cartão de crédito e financiamentos do Banco especificar, consoante demonstra
o documento em anexo (doc. nº)
Tais ilegalidades são consequências exclusivas da conduta
abusiva da Instituição Financeira em pauta. Por diversas vezes o Autor tentou
negociar a revisão dos valores e entender o modo pelo qual as prestações foram
sendo majoradas. Todavia, infrutíferas foram as suas tentativas.
O Requerente, impossibilitado de quitar a dívida, cancelou o
pagamento do encargo mensal, cujos valores vinha desembolsando ilimitadamente.
Assim, durante a tramitação desta Ação Revisional para discutir a abusividade
de cláusulas contratuais, se faz necessário que não haja inscrição do nome do
Autor em cadastro de devedores e protesto de títulos referentes aos
financiamentos em litígio, a fim de se evitar a ocorrência de prejuízos maiores
ao Requerente, o que se justifica pelo fato de que estando sub
judice o contrato, a
inadimplência do financiado, a qual pode embasar uma eventual inscrição do nome
do autor em cadastro de devedores, torna-se duvidosa.
Sendo assim, nada mais resta ao Postulante senão bater às portas
do Poder Judiciário, a fim de consignar em pagamento as prestações
obrigacionais vincendas, de forma revisionada.
Do Direito
1. Antecipação Parcial dos Efeitos da
Tutela Jurisdicional
- Autorização para Depósito Judicial das
Parcelas de Forma Revisionada
O Código Defesa do Consumidor prescreve, no artigo 6º, inciso V,
que: “São direitos básicos do consumidor: (...) V - a modificação das cláusulas
contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão
de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas”.
Sendo assim, por entender que as prestações exigidas estão sendo
excessivamente onerosas, o Devedor tem o direito de ver o contrato
reequilibrado dentro dos ditames legais, oferecendo em consignação os valores
que expressam a forma do contrato que entende correta.
Os depósitos têm natureza acautelatória que previne a mora,
permitindo a adimplência do contrato, ficando ambas as partes garantidas.
- Vedação da Circulação ou Protesto de
Títulos de Crédito Vinculados aos Contratos Revisionados
No tocante aos pedidos de antecipação de tutela, faz se
necessária a vedação da circulação ou protesto de títulos de crédito vinculados
aos contratos revisionados, tendo em vista que estes títulos, emitidos em
garantia ao fiel cumprimento de negócios jurídicos bancários e a estes
vinculados pro solvendo, são
atingidos por todas as vicissitudes do pacto principal.
- Sustação de providências do credor
visando cobrança dos Débitos Revisado em Conta Corrente ou Folha de Pagamento
do Autor
Em relação à cobrança dos débitos revisados em conta corrente do
Postulante ou até mesmo perpetradas em sua folha de pagamento, estas deverão
ficar suspensas enquanto o débito estiver sub judice.
Como se não bastasse, os vencimentos do Requerente, por força do
caráter alimentar, são absolutamente impenhoráveis, de acordo com o que
institui o artigo 649, inciso IV, do Código de Processo Civil.
Nessa dicção, citar doutrina e jurisprudência.
- Impedimento de Inscrição do Nome do
Autor em Cadastro de Devedores
A abusividade e a ilegalidade das cláusulas contratuais
discutidas por meio desta Ação Revisional pelo Devedor justificam a concessão
de liminar para que não tenha seu nome ligados aos órgãos de proteção ao
crédito enquanto pendente a lide revisional, o que não acarretará qualquer
prejuízo ao Credor.
O deferimento da liminar com o acolhimento da pretensão do autor
de revisar os contratos abusivos é medida de Justiça!
2. Da Revisão Contratual e Consequente
Incidência das Normas do CDC
O Código de Defesa do Consumidor é aplicado aos negócios
jurídicos bancários, ante a sua incidência como norma de ordem pública e
interesse social, conforme o disposto em seu artigo 1º.
Registra-se, ainda, a aplicabilidade do CDC às relações
decorrentes de crédito bancário. Vejamos o teor do parágrafo 2º, do artigo 3º:
“Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista”.
3. Da Inversão do Ônus da Prova
Ao ingressar com Ação Revisional de Contrato, o Devedor tem
direito a requerer a exibição dos documentos necessários ao julgamento da
causa. Assim, conforme disposto nos artigos 844, inciso II, e 355, ambos do
CPC, o Bancoespecificar deve apresentar os contratos, documentos
comuns às partes e que estão sob sua guarda, como também as planilhas
demonstrativas dos descontos efetivados na conta corrente do Autor e folha de
pagamento, o valor financiado e progresso do débito.
4. Do Reconhecimento de Ofício das
Nulidades
O Código de Defesa do Consumidor definiu como nulas de pleno
Direito as cláusulas contratuais abusivas (artigo 51), com isso, impõe-se o seu
reconhecimento de ofício pelo juiz, conforme prevê o parágrafo único, do artigo
168, do Código Civil
5. Da Limitação e Capitalização dos Juros
A cláusula contratual ainda determina juros muito acima do
patamar, sendo excessivamente onerosa para o consumidor-financiado (artigo 51,
§1º, III, do CDC), devendo, portanto, ser considerada nula, uma vez que
incompatível com a boa-fé e a equidade, que devem nortear as relações de
consumo (artigo 51, IV, do CDC), considerando que a atividade bancária está
submetida às normas do Código de Defesa do Consumidor (artigo 3º, § 2º).
Sobre a capitalização dos juros, a Súmula nº 121 do Supremo
Tribunal Federal dispõe: “É
vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada".
Assim, inadmissível a capitalização de juros em negócios jurídicos em que não
esteja expressamente autorizada em lei.
6. Da Mora
No que concerne à mora do Devedor, destaca-se o disposto pelo
artigo 394 do Código Civil: "Considera-se
em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que o não quiser
recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.”
A existência de encargos negociais decorrente de cláusulas
abusivas afasta a eficácia jurídica de parte do valor devido, tornando ilíquida
a prestação, uma vez que disposições negociais abusivas que contrariam o Código
de Defesa do Consumidor e ao princípio da boa-fé objetiva demonstra a atuação
do credor contrária a direito, a produzir a invalidade jurídica das obrigações
excessivas e a ineficácia das parcelas acessórias, das quais decorrem sua
inexigibilidade e inimputabilidade ao devedor.
7. Dos Juros Moratórios
No tocante aos juros moratórios, o artigo 5º do Decreto nº 22626
aduz que: “Admite-se que pela mora dos juros contratados estes sejam elevados
de 1% (um por cento) e não mais”.
8. Do Efeito Restituitório
Ante a diminuição do patrimônio do Requerente, a presente ação
visa reequilibrá-lo, uma vez que foi alterado sem justa causa. Institui o
artigo 182 do Código Civil: “Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as
partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível
restituí-las, serão indenizadas com o equivalente”. Trata a disposição sobre o
denominado efeito restitutório.
Com isso, diante da sentença invalidatória, anuladas as
disposições negociais abusivas e ilegais (ausente dolo do fornecedor), as
parcelas ineficazes prestadas devem ser restituídas, acrescidas de juros a
partir da citação na demanda revisional.
Do Pedido
Ante o exposto, requer de Vossa Excelência:
a) a citação do Requerido, na pessoa de seu representante legal,
para querendo contestar a presente ação, sob pena de revelia;
b) o benefício da gratuidade da justiça, eis que não tem
condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo de seu sustento e da
família;
c) A antecipação parcial dos efeitos da tutela jurisdicional,
nos termos do artigo 273 do Código de Processo Civil para: obter autorização
para o depósito judicial das parcelas de forma revisionada; seja vedada a
circulação ou protesto de títulos de crédito vinculados aos contratos
revisionados por parte da Instituição Financeira; seja determinada a sustação
de providências do credor visando cobrança dos débitos revisados em conta
corrente ou folha de pagamento do Autor; e para que a Instituição Financeira
não inclua o nome do Requerente em rol de mal pagadores;
d) a inversão do ônus da prova, posto que se trata de uma
relação de consumo e está o Requerente figurando de forma vulnerável durante a
contratação;
e) em sendo deferidos os pedidos supras, que seja intimada a
parte adversa para cumprir a ordem judicial e, no mesmo mandado, que seja
citada, para, querendo, ofertar o contraditório (ou levantar as quantias à
serem depositadas) no prazo legal, sob pena de revelia e confissão;
f) seja aplicado o Código de Defesa do Consumidor, no que
couber, para modificar cláusulas que estabelecem prestações desproporcionais e
reconheçam a nulidade das cláusulas abusivas.
Pretende provar o alegado por todos os meios de prova em Direito
admitidos, especialmente pela juntada de documentos.
Dá-se a presente o valor de R$ valor (valor expresso).
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Pede Deferimento.
Local, dia de mês de ano.
Assinatura
do Advogado
Nome do Advogado
OAB/UF n° número da inscrição na OAB
Nome do Advogado
OAB/UF n° número da inscrição na OAB
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